*Imagem: Théo Gosselin

Doeu muito. Mas não dava mais ser segunda opção. Ser tua em horário comercial, encontros intercalados. Amores mofados não rendem boas histórias meu bem. Doeu, doeu sim. Doeu acabar com tudo, rasgar o verbo, te dizer aquelas verdades. Doeu pôr um ponto final, onde você só via reticências. Doeu não me comover, segurar a vontade de te abraçar, transformar a vontade de te beijar em adeus. Doeu contar os dias e dizer: fim!

Doeu.

Está doendo até agora. E eu pensei em viajar, te dissipar num bom vinho ou numa outra boa companhia, quem sabe. Porque você não era ruim. Você era másculo, era macho, era safo. Mas não era meu. Doeu tanto que eu hibernei na dor. De propósito. Eu morri e renasci de novo e de novo. É provável que você ainda esteja em meus olhos e que permaneça em meu corpo por algum tempo. Mas nenhum tempo é morto e algum tempo, não é todo o tempo, consegue entender?

Dói te ver. Mas eu te vejo e sinto que vou voar de novo, assim que as asas quebradas sararem. Sou aquele passarinho insistente que canta todas as manhãs em janelas bonitas, já ouviu falar? 

Sou fênix.


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