Das tendas de onde vim, a intensidade rasga roupas, acende
olhares, desvia chuva, arranca flores, planta fogueiras, abre o peito, rasga a
pele, privatiza os olhos, rouba o brilho, constrói casas de abraços, põe boca a
boca no umbigo e troca o café pelo vinho quente. Transforma rio em mar e tece
mares nas correntes sanguíneas. Faz-se sangue, veneno ou cura. Cura tudo. Abre
olhos em nuvens, corta os ares em aviões desgovernados, arrisca no jogo, prende
pela cintura, abre portas onde só existiam pernas fechadas.
Das tendas de onde vim, a intensidade não é compra, mas
troca, marca de nascença.